Recentemente, começaram a aparecer no mercado, tornos com duas torres, que trabalham simultaneamente.
Este tipo de máquina, permite duplicar sua produtividade, reduzindo o tempo de usinagem para metade. A dificuldade destas máquinas, é a programação da peça, que tem de gerir o trabalho de ambas as torres, independentemente uma da outra. O operador deverá ter em conta as posições das duas ferramentas, em cada momento, para evitar colisões entre as torres. A colisão, apresenta um risco para a integridade da máquina e uma perda de tempo importante na programação, que será posteriormente compensada na usinagem.
Agora, o operador pode esquecer a complexidade da programação, porque a FAGOR AUTOMATION desenvolveu uma série de funções especiais, para facilitar o seu trabalho, reduzindo os tempos de preparação do programa e tornando-o mais seguro. Se realizamos a programação sem estas funções, teremos que ter em consideração todos os movimentos em vazio, passagens da usinagem, velocidades dos eixos, etc.…, em cada momento. Tudo isto aumenta a possibilidade de nos equivocarmos e de cometer erros, que podem provocar danos a pessoas e/ou máquina. No caso da Fagor, o CNC encarrega-se de tomar em consideração todas estas casuísticas, evitando problemas com a máquina.
A prestação que a FAGOR AUTOMATION desenvolveu, denomina-se “Distribuição dinâmica da usinagem” DINDIST. A operação faz-se num único canal (como se tratasse de um torno de uma torre) e o CNC encarrega-se de distribuir ou sincronizar as passagens, com o outro canal de uma das seguintes maneiras:
Repartir de passagens entre canais. A operação programa-se num canal e o CNC distribui as passagens da usinagem entre os respectivos canais. O CNC sincroniza os canais de maneira que, quando um começa uma passagem, outro canal começa a passagem seguinte, executando-se assim a usinagem na metade do tempo. |
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Passagens iguais sincronizadas. O canal em que se programou a operação, controla todos os deslocamentos. O CNC sincroniza os eixos necessários dos restantes canais, para o canal que executa o ciclo, de maneira que todos os canais realizam a mesma passagem, mas com um desfasamento angular na árvore. Isto permite aumentar o avanço, já que o CNC, distribui a secção a usinar entre as ferramentas. |
Por exemplo, com duas ferramentas desfasadas 180º na árvore, o avanço poderia ser o dobro, já que cada ferramenta maquina a metade da secção.
Tal e como se viu, o CNC gestiona a usinagem de maneira a que se evitem todo o tipo de riscos, mas, como se programa? É complicado introduzir os dados?
A seguir mostram-se dois exemplos de execução de uma peça, utilizando cada um, os métodos antes mencionados.
Repartir de passagens entre canais |
Passagens iguais sincronizadas |
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Entre duas passagens sucessivas, o CNC atrasa a usinagem para ambas as ferramentas, um determinado numero de voltas da árvore. |
Os movimentos da segunda torre sincronizam-se com a primeira, para poder trabalhar em simultâneo. |
Todas as operações programadas entre as sentenças #DINDIST ON e #DINDIST OFF, utilizam esta prestação. Programas realizados num torno de uma torre, podem ser utilizados num torno de dupla torre, utilizando unicamente estas duas linhas de programação.
A combinação deste tipo de máquina com a potencialidade dos CNC´s Fagor, permitirá obter um rendimento máximo da produção das suas peças de torneamento, já que o tempo de programação será mínimo e pode-se obter a peça em metade do tempo, mantendo a qualidade de acabamento requerida.